terça-feira, 9 de junho de 2009

Lua, segunda-feira

Eu persistia e me enterrava de corpo e alma. Eu persistia e me enterrava de admiração. Há um globo brilhante e soturno pregado no céu, donde clareia luzes apagadas e suspiros entediados, envolvi-me de admirá-lo e nunca estivemos tão próximos como na noite de hoje. Não descrevo um casal apaixonado no parque da cidade, nem uma mãe amamentando o filho na sacada de sua casa, não estive perto de outro coração como aquele que parecia tilintar por entre as nuvens vindo da própria lua. E não me envergonho ser mais uma a dizer sobre ela, umas palavras azedas porém belas, umas frases secas porém sinceras.
Acredito no poder do céu, já que a própria lua é mais uma invenção de Deus para nos olhar. Para olharmos, aquietarmos dentro de nossas próprias almas e assim como foi, ouvir o tilintar de um coração, vindo de um corpo que nem corpo é. Minha vontade de pregar-me junto dela, não me torna mais uma lunática nem apaixonada, mas sincera e quem sabe verdadeira amante, tanto de sua própria beleza exalada em seu brilho, como nos pensamentos que me causa, ao pregar os olhos e já não saber mais onde estou, de me tapar os ouvidos somente pra ela, e meu tempo já não se cabe no relógio, a própria noite sucumbi o meu amor, o nosso amor, que a própria lua desconhece ser minha, já que pra ser sincera, é meu.

Marcella Casari

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2 comentários:

Zé(d's) disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Zé(d's) disse...

subjetividade... subjetividade...

eu queria saber falar de "eu"