quinta-feira, 15 de abril de 2010

Afetivo

Até porque, do ponto de vista afetivo eu não tenho nada a esconder. Nada mesmo. Eu nunca cheguei a comentar com você que você é sem sombra de dúvida a minha maior convicção. Eu estava determinada a não errar quando jurei pro meu coração que você seria o primeiro e o último homem a me fazer sentir assim. Convenci todos os meus órgãos sensitivos de que você seria (e é) o único que me faria perder o fôlego, que me tiraria os pés do chão, que me faria sorrir como uma boba, que faria meus olhos brilharem, que seguraria na minha mão o tempo todo, que me abraçaria o tempo todo, que me beijaria, que me juraria amor eterno. Esse pra sempre que a gente jura um pro outro é a coisa mais patética e ao mesmo tempo a coisa mais sincera que eu já disse. É estranho eu me dispor assim por alguém. É estranho eu estar aqui, meu Bem, disposta a nunca desistir de corrigir seus erros, assim como você nunca esquece dos meus. Eu acho proveitoso esse negócio de um prometer cuidar do outro, pode parecer tagarelice, conversa fiada, mas as pessoas não sabem a diferença entre amor e qualquer outro sentimento que passe pelo coração. Você é com certeza o primeiro e o último e essa promessa eu te farei até o último dia da minha vida.


Marcella Casari


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terça-feira, 13 de abril de 2010

Dias

Nos dias de semana eu não vivo. Não tenho vida pulsando dentro das minhas veias, mantendo meu coração funcionando, o oxigênio circulando pelo meu corpo. Eu não vivo, eu existo, essencialmente para marcar presença nas salas de aula, ouvir e conversar sobre assunto que não me interessam, ver pessoas que a maioria não me agrada, escrever, ler, desenhar coraçõeszinhos nos cantos da folha, repensando na cabeça que dia da semana é esse que fica tão longe do final de semana, e porque a semana existe? Pra me separar do fim de semana, dos únicos dois dias e meio em que eu realmente vivo. São os dias em que sinto emoções, em que vivo de emoções. Eu falo, eu sorrio, eu choro, eu caio, eu levanto, eu ando, eu me sento, eu me deito, eu durmo, eu ando de mãos dadas, eu beijo, eu abraço. Eu sobrevivo de segunda à sexta-feira a tarde pra poder reverter todos os meus dias de vida, aos fins de semana, onde eu faço tudo o que eu sinto vontade, porque, de uma maneira ou de outra, é do seu lado que eu me sinto bem, e parte de um mundo que as vezes parece não querer que eu faça parte, porque, sem você as coisas ficam sem graça, os dias simplesmente passam, o frio simplesmente me corta, o céu simplesmente escurece. Eu fico a semana inteira em silêncio esperando a sua voz pra alcançar a minha.
E eu sinto medo disso. É muito egoísmo da minha parte precisar tanto de você pra poder viver..


Marcella Casari


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