terça-feira, 16 de junho de 2009

Caixa de papelão

Tô perdida dentro de uma caixa de papelão jogada na esquina da minha casa, tô tão perto de sair daqui que me esquivo da luz do sol. Não fui eu que me prendi, mas seu sonho se escondeu de mim. A lua me cobriu também, assim como o sol que queimou minha pele. A caixa é verde, completamente verde, de verde subindo e descendo, de verde do lado e do outro, é tão óbvio que eu caiba aqui dentro, se aqui mesmo foi você quem me pôs, deixando um pouco de ar no meu pulmão e um copo de suco de laranja. Tudo tentou entrar aqui comigo, mas não cabe, eu já avisei, que nem meu sonho entrou comigo, e a minha saudade, aquela gorda saudade, eu joguei fora, deve estar aqui do lado, vai ver é ela quem bate na fresta pra tentar entrar, eu estou presa sua tonta, não sei mais me libertar, e ela não entende, tenta me morder pelas beiradas, me consumir de dentro pra fora, ah saudade, vai longe que aqui não dá mais não. A caixa é apertadinha, que não trouxe nem um carinho, o carinho daquele rapaz, ah que rapaz, não veio comigo não, não cabe, se até a saudade eu joguei pra lá, um abraço? Ah esse eu levo comigo no peito, que tá carregado, cheio, cheio de você, cheio de tanto precisar de você.


Marcella Casari

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3 comentários:

Talita Dionisio disse...

Amei isso cara!

Utak disse...

Lindos textos!
Ainda hei de ler todos.
Desde quando conhece meu blog?

Marcella C. disse...

hehe, Obrigada!
Ah voc é amigo da Vit não é? Então eu entrei no seu blog meio que sem querer sabe, estava lá "disponível" na pág de recados dela e vi, mas confesso que n li quase nd, mas lerei, ah se lerei.
Mas n estou encontrando seu blog aqui, sumiu sei lá, passa-me de novo. E muito obrigada mais uma vez .