quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A janela aberta

Então você reconhece que deixar a janela aberta é perigoso, não é? Com essa frase mal articulada Carlos iniciou sua conversa com Antônia, e por alguns segundos os dois ficaram em silêncio. Não sei, Carlos, eu sinto muito calor a noite, muito calor, e com a porta fechada eu já não sinto o ar circulando, não encontro posição para dormir, fico me remexendo e fico toda suada. Disse Antônia, prendendo o cabelo e olhando para o chão. Carlos curvou-se e ergueu sua cabeça, dizendo ao olhar nos olhos dela. Não seja boba, Antônia, é muito mais perigoso entrar um ladrão, do que eu me preocupar com o seu suor, ou com a cama mais ocupada com o espaço do seu corpo nela, eu tenho medo de acordar no meio da noite e tudo lá fora me lembrar onde eu estou.
Ora, Carlos, eu não tenho culpa se essa noite você quer passar aqui, o problema é que meus pais podem acordar, e por isso a janela aberta, assim você foge. Retrucou ela, ajeitando a roupa e deitando-se na cama. Mas eu estou aqui por sua causa. Tudo bem, a janela fica aberta, a porta fica trancada. Você prefere que eu deixe a luz apagada, Antônia? Carlos falou em voz mais baixa. Venha logo que ainda tem espaço pra você aqui, finalizou Antônia.

Marcella Casari

Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

3 comentários:

Ana Carolina Vingert disse...

ando corrida de provas e tal, mas é sempre bom passar por aqui gata =)

Talita Dionisio disse...

HAHAHHAA
isso me lembrou uma coisa
Minha mãe flando p/ mim fechar a janela antes de dormir e eu morro de calor forever :/
hahahaha
como vc me descreve Má até nisso
dijaidjaufdhauifhuadf

Pedro Paiva. disse...

não sei o que dizer. não sei. só isso =-S