quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Afeto Dominical

Era meio-dia, já estava tarde e resolvi abrir a janela do meu quarto. Tinha acabado de acordar e a luz do sol penetrava com cuidado dentro da minha pupila, contraindo-a pouco a pouco. O quintal brilhava dourado e a árvore do vizinho estava mais verde e carregada. O calor fazia meus poros se dilatarem, o pouco suor já escorria por entre meus cabelos, minha nuca, minhas costas, estava determinada a ficar ali. Sentei-me e quase me deitei no chão que refletia a luz. Sentia-me sozinha a aproveitar o calor, o sol, a companhia imaginária, eu sonhava acordada, sonhava de olhos meio abertos, não encarava o sol e o sentia assim, tão próximo que quase minhas mãos podiam envolvê-lo.
O mesmo céu refletia na minha mente a sua imagem, o seu contorno bem preto, marcado, forte. Começando pelos seus pés que logo iam pra suas pernas, cobertas por uma calça também escura, uma camiseta clara, branca, leve, que mal contornava seu corpo. Seus braços descobertos, suas mãos vazias. Seu rosto tinha o contorno leve, bem iluminado, seus óculos escondiam de mim seus olhos, seus cílios bem levantados, suas sobrancelhas mal desenhadas, a curva da sua boca e do seu rosto (...)

Marcella Casari


"Eu não consigo me ver sozinha longe de você" .

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2 comentários:

Anônimo disse...

Se dele vem a tua calma, então descansa. Pára e olha aonde teus olhos alcansa. E sonha o que seus olhos não podem ver. Sonha, mas sonha junto com Deus.

Bobo da Corte!

Anônimo disse...

Era um domingo preguiso, logo depois do almoço. O sol ainda que forte estava brando, pois você estava comigo ao meu lado trazendo refigério ao meu corpo.
Estas palavras são como música suave para mim.

Bobo!