terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Despedida II

Mas eu me entristecia, realmente, sentia-me triste e imunda como um pano velho. Não sei que dor era aquela que brotava dentro de mim, e filmes repetitivos se passavam na minha cabeça, e eu sei que aquilo poderia ser tão único. Minhas lágrimas não precisavam nem de motivo para escorrer, apareciam sem serem anunciadas e uma saudade inimaginável saia de dentro dos meus olhos, como uma tinta, escorrendo. Faz noites que me sinto assim, que me deito na cama e me desgasto de saudade das pessoas que nem ainda me disseram adeus. Escondo-me dentro das lembranças pra que eu possa mantê-las aqui, já que nem tudo eu posso. Desnecessária saudade antecipada, se nem mesmo posso me conter dela, procurei me afugentar em outros pensamentos, mas que tentativas mais inúteis essas as minhas de tentar disfarçar minha tristeza, se meu sorriso já nem é o mesmo, nem a minha motivação, realmente, que falta estúpida vão me fazer, que espaço vão me deixar, espaço que não será ocupado por mais ninguém, exagero? Exagero seria não amar tanto assim, as pessoas, e que pessoas, e que causadores de dor. Se ao menos conseguisse controlar minhas lembranças, mas se são vozes, e sensações, imagens reais, se nem mesmo consigo me desconcentrar da dor, não posso nem imaginar depois, quando acordar e não vir mais ninguém ao meu lado vai ser fatal, e idiota, saudades, de quem já me machucam, mas apesar a dor, do que nunca tê-los conhecido.
Estou o fruto dessa dor: um amor, ou do amor, essa dor, mas antes essa sensação vazia, do que nunca tê-los amado assim, tão especiais meus causadores de angústia. E dilaceram profundamente meu coração sem ao menos virem como ele está agora, se arrependeriam desse erro, sem ser ele uma falha, porque na realidade quem sofre sou eu, meu amor, e minha dor, e minh’alma e minha vida...
São a tortura amável dos meus dias !

Marcella Casari

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